O sítio arqueológico do Moinho da Atalaia Oeste situava-se numa elevação onde hoje se encontra o nó rodoviário de ligação da IC19 com a N117, na Reboleira (Amadora). Trata-se de uma localização privilegiada, pois assenta sobre o manto basáltico do complexo vulcânico de Lisboa, sendo que os terrenos em redor possuem elevada aptidão agrícola.
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Aspeto da intervenção arqueológica de 1980. (foto ARQA) |
A primeira intervenção arqueológica realizou-se em 1975 e consistiu na abertura de dois cortes perpendiculares ao talude, tendo-se em 1980 alargado a área da escavação, intervindo-se no entanto apenas nas camadas superficiais. Os trabalhos arqueológicos foram prematuramente interrompidos devido à construção do referido nó rodoviário e pelo alargamento da N 117 entre o Borel e a Reboleira em 1980, que levaram ao desaparecimento deste sítio arqueológico.
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Aspeto da intervenção arqueológica de 1980. (foto ARQA) |
O espólio que foi recolhido nestas intervenções aponta para a existência de três horizontes cronológicos e culturais de ocupação humana deste espaço. A primeira ocupação do lugar encontra-se testemunhada por artefactos atribuíveis a um habitat Calcolítico, predominando as taças de perfil tipo Palmela e em menor proporção esféricos e caçoilas.
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Diversas peças cerâmicas recolhidas nas escavações. (Museu Municipal de Arqueologia da Amadora) |
Relativamente à ocupação do Bronze Pleno e Final, foram identificados grandes contentores cerâmicos, potes e taças e vasos carenados, que nos remetem para atividade agrícola destas comunidades.
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Conta de colar em pasta vítrea. (Museu Municipal de Arqueologia da Amadora) |
Por fim destaca-se a ocupação da Idade do Ferro, caracterizando-se por uma tendência cultural orientalizante, sendo de destacar o aparecimento cerâmicas de pasta cinzenta, de uma conta de colar em pasta vítrea e de várias fíbulas de forma anular em bronze, materiais que nos remetem para um período entre os séculos VI e IV a.C..
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Fíbula anular hispânica. (Museu Municipal de Arqueologia da Amadora) |
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