Aqueduto da Gargantada

 O Aqueduto da Gargantada é um monumento de finais do século XVIII, construído com o objetivo de abastecer de água o Paço Real de Queluz, dada as necessidades que desde cedo se fizeram sentir neste Palácio. A sua construção foi possível graças à doação da fonte da Gargantada (junto a Carenque, na Amadora), efetuada por José Justino Álvares, um proprietário de Carenque, ao futuro monarca D. João VI. A obra esteve a cargo do mestre pedreiro Joaquim José dos Reis e teve início em 1790, sendo que em maio do ano seguinte estava construído o troço até ao arco da estrada da Ponte de Carenque. Os trabalhos ficaram concluídos em 1794. 

Arcos do aqueduto junto da Rua Elias Garcia / Ponte de Carenque (Foto ARQA)

Pese embora do ponto de vista arquitetónico  não seja tão monumental como o vizinho Aqueduto das Águas Livres, ao qual corre paralelo no troço na Amadora, possui igualmente arcos ao longo do seu percurso, sendo parcialmente subterrâneo, nomeadamente na sua parte inicial. O aqueduto nasce no lugar da Gargantada, em Carenque, onde existem duas nascentes: a nascente da Gargantada e a do Pocinho. Segue pela encosta nascente do vale até à Ponte de Carenque. Neste local apresenta um troço exterior, constituído por um conjunto de arcarias que permite passar sobre a ribeira, seguindo depois para o seu destino final, o Palácio de Queluz, já no vizinho Município de Sintra.

Fonte junto à nascente na Calçada da Gargantada (Foto ARQA)

Chegado ao Paço, a água era distribuída pelo complexo sistema de abastecimento às suas várias secções e canalisada por outros ramais, que levavam água às cozinhas e demais dependências de apoio ao palácio, sendo igualmente utilizada na rega da Real Quinta. Para além de servir o referido Palácio, este aqueduto possibilitou igualmente o abastecimento público de água através da edificação de diversos chafarizes, nomeadamente o das Fontes das Quatro Bicas, o dos Namorados e o das Carrancas.

Início do aqueduto junto à nascente na Calçada da Gargantada (Foto ARQA)

A partir de 1802, a água é encanada para as cocheiras reais do Palácio e anos mais tarde, em 1846, a falta de limpeza do Aqueduto provoca a sua inutilização, sendo a água nessa data desviada para a Quinta das Necessidades, na Reboleira.

Encontra-se classificado como  IIP - Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 95/78, DR, I Série, n.º 210, de 12-09-1978).

Arcos do aqueduto junto da Rua Elias Garcia / Ponte de Carenque (Foto ARQA)

Texto: Eduardo Rocha


Bibliografia e fontes:

XAVIER, Gabriela, ENCARNAÇÃO, Gisela, Património Classificado Município da Amadora, Câmara Municipal da Amadora, Amadora, 2009, pp. 19-20.

Aqueduto denominado «Gargantada» - site Património Cultural da DGPC



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