"Villa" Romana da Quinta da Bolacha

Este sítio arqueológico foi descoberto em 1979. Nesse ano foram recolhidos diversos vestígios integráveis do período romano, durante trabalhos de prospeção realizados na freguesia da Falagueira, que apontavam para a descoberta de um sítio de singular importância na Amadora.

Já em 1980 e 1981 realizaram-se diversos trabalhos arqueológicos que comprovaram a existência de uma "villa" romana no lugar da “Quinta da Bolacha”, que correspondia à área residencial principal do proprietário de uma exploração agrícola de cariz latifundiário, semelhante em termos funcionais às mais modernas Quintas que ainda povoam a região.


Os primeiros achados conduziram à identificação de um tanque revestido a "opus signinum" ( um tipo de argamassa impermeabilizante tipicamente romana, composta por cal, areia e cerâmica moída) e uma canalização em chumbo. Poderiam estar relacionados com uma área de termas ou com estruturas decorativas de um jardim. No entanto, devido ao vandalismo a que foi alvo na altura, este local teve de ser tapado e os trabalhos de escavação interrompidos.


Em 1997 viriam a retomar-se os trabalhos, tendo-se realizado desde essa data diversas campanhas de escavação arqueológica. Na zona até agora escavada, foi posto a descoberto uma parte da área habitacional, correspondendo à cozinha. Construída no século III d.C, esta parte da habitação numa primeira fase, seria constituída por vários compartimentos reservados às atividades do quotidiano e alguns deles apresentariam pavimentos de mosaicos e paredes revestidas com estuque pintado, dos quais foram encontrados fragmentos. Foram recolhidos no local diversos artefactos, desde fragmentos de tijoleiras, cerâmicas finas, utensílios em bronze e diversas moedas.

A "villa" terá sofrido diversas remodelações até ao início do século VI d.C., quando foi abandonada. Estaria vocacionada para a agricultura e/ou pastorícia, podendo igualmente explorar um pequeno filão de calcedónia que existe nas proximidades, nos moinhos da Galega.






A necrópole desta "villa" situava-se no sítio do “Moinho do Castelinho”, local onde intervenções arqueológicas recentes colocaram a descoberto diversas sepulturas. 

De acordo com os dados atuais, é plausível que a aldeia da Falagueira tenha sido construída parcialmente sobre as ruínas desta "villa" romana, tendo inclusive fornecido materiais para a construção da aldeia, tendo sido encontrados diversos elementos nas estruturas de habitação da aldeia, nomeadamente um possível "cipo" funerário. 

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